Dia 165 - 29/11/22 - Terça-feira - Caravellas a Linhares




Nossa noite em frente ao prédio de nossos novos amigos Fernando, Bárbara e Juan foi tranquila. Despertamos cedo, aguardando a chegada deles. O Fernando chegou e já notei que estava focado e com muita pressa para trabalhar. Como somo altamente ligados na possibilidade de sermos inconvenientes, retiramos imediatamente nosso cabo de luz, e deslocamos o Yete, pois ele queria terminar o toldo que estava fazendo. Nossa expectativa, especialmente a minha era a de conhecer o veleiro. Ele logo tocou no assunto dizendo que Barbara nos levaria. Porém ela não estava segura, pois, uma vez que havia crianças, não se sentia segura. Ali logo vi, que já estávamos no limite e incomodando. Ela propôs que fôssemos as 11:00 quando Fernando parava. Sem chance, por dois motivos. Avançaria muito no tempo precioso que teríamos para viagem, e segundo, era evidente que ele não faria, pois o foco era a reforma. Seríamos ali um incomodo. Voltamos ao Motor, tomamos nosso café e preparamos a partida. Voltamos ao Fernando dizendo que estávamos partindo (não houve resistência, diferente do que previ). Não conseguimos nos despedir de Barbara. De lá fomos ao pier, tentar encontrar o Nino, que nos acolheu nos dias anteriores. Achei ele mau humorado, e não muito receptivo, embora sempre gentil. Pedimos água, abastecemos. Quando pronto ele não estava mais lá. Deixei uma mensagem, que igual ao dia anterior, não foi respondida. Achei o comportamento dele diferente. Parece que algo havia acontecido ou ele não estava em um bom dia. De qualquer forma, ficou dele o ser humano bacana que se mostrou desde o primeiro dia (as vezes não estamos bem e isso faz parte. De nossa parte espero não termos causado nenhum desconforto). Ainda adiante paramos em uma fruteira para compra de verduras e frutas e mais adiante água. O trecho que liga Caravelas a 101 estava em sua maioria muito bom, exceção em determinadas alturas a buracos no lado direito da pista (muito estranho o padrão), de somente estar a esquerda. Na 101, no começo ruim, até iniciar os trechos pedagiados, depois da última cidade Baiana, de Itabatã. 40 km após, nosso 16° estado, Espirito Santo, onde já notamos de forma muito marcada, que estávamos no sudoeste do pais. Mais cuidado, mais capricho, mais limpeza, casas e infra estrutura melhor. Resolvemos que pernoitaríamos, já 16:00 hrs na Havan de Linhares, as margens da Rodovia, e com ótimo estacionamento. Os funcionários nos receberam muito bem, nos cedendo água e luz. Logo após chega também ao estacionamento o Casal @navemãe, que coincidentemente foi o mesmo que grifou no Ioverlander, a Havan como ponto de apoio. Eles, Max, também gaúcho, estavam como nós retornando ao Sul. A chuva mais a noite começou a se intensificar de tal maneira, que começou a assustar. Enquanto terminávamos de jantar cachorro quente e já lavando a louça, comecei a notar que o estacionamento estava sendo invadido pela água. Chovia e ventava de forma torrencial. O local onde estávamos estacionado começou a alagar. O Yete estava exposto ao vento e eu não tinha ideia de quanto ainda alagaria. Os pneus do Yete estavam 20 cm dentro d'água. Nos fundos do Estacionamento, perto de onde estávamos, uma cachoeira forte se formou no barranco no fundo do terreno. Era muita água baixando no estacionamento. Resolvi tirar ele da luz para evitar acidentes com eletricidade, e desloca-lo para a lateral da loja, para proteger do vento, e também evitar alagamento. A imagem do vento contra a estatua da liberdade era sinistra. Realmente o cenário era assustador. Mas estávamos seguros naquele local. Um pouco depois a chuva amainou. As chuvas estavam castigando a região. A BR 101, no caminho que deveríamos fazer estava interditada, no sul do Brasil, entre Curitiba e Joinville, na serra da graciosa, uma barreira soterrou diversos veículos, matando muita gente. Enfim, as notícias e perspectivas não eram boas. 

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