Dia 164 - 28/11/22 - Segunda-feira - Caravellas

O Sol finalmente deu o ar de sua graça, e a Adelaide amanheceu melhor da sua forte gripe. Desta forma podemos propor um passeio pela cidade, desta vez estando Adelaide e Artur juntos. Caminhamos até que resolvi entrar em um "concorrente do Nino", que possuia um catamarã a vela (embora não o usasse desta forma). Lá o Jhonas que se dizia Francês (mas na verdade era Brasileiro filho de Francês), me contou que adquiriu um veleiro na Europa e atravessou o Atlântico, o trazendo até Caravelas. Estava ancorado em frente ao seu negócio "Apecatu Expedições". O Veleiro em questão achei ser do Argentino. Porém o do Argentino era o outro (antigo e parecido com uma escuna). Neste mesmo instante a Adelaide e os meninos mais adiante no passeio são parados por um casal, que na verdade eram os Argentinos Fernando e Barbara. A partir deste encontro todo o dia mudou e tivemos uma vivência que logo cedo pela manhã não imaginávamos que teríamos. Os novos amigos Argentinos nos convidam para almoçar. Iríamos almoçar Hamburguesas, feitas de carne preparada por eles. Todas assadas na grelha. Almoçamos no antigo prédio comprado por eles e que estava sendo restaurado para ser a sua "aposentadoria". Iria alugar e rentabilizar com empreendimentos (Hosteria, choperia e outros). Trouxemos o Yete para a rua a beira rio (sem saída), e estacionamos em frente ao prédio em reformas. Trouxe o Yete para termos possiblidade de ver o jogo do Brasil. Lá almoçamos, em meio a um casarão antigo e ex bar, em duas mesas de plástico, tudo muito improvisado, mas absolutamente legal. E assim tomamos 13 cervejas de 1 litro (que laço que este gringo me deu de cerveja). E assim eles nos foram contando sua história. O seu veleiro, o segundo mais antigo em funcionamento no mundo, foi resgatado do fundo do rio Lujan na Argentina. Após muito trabalho e recurso ali colocado, ele foi restaurado. Era um antigo transportador de carvão e mármore. Enfim, descobrimos também que o Fernando é um experiente navegador com milhares de milhas navegadas, conhece Amyr Klick, ajudou-o na construção do Parati II, mas hoje não mantêm relações pois o Amyr nunca respondeu um e.mail. Conhecem os Schurmann. Enfim, uma vida de aventuras e desventuras. Um sujeito de 62 anos com muitas histórias, um legitimo marinheiro que tem raiva de políticos, altamente critico em relação a pessoas brasileiras e Argentinas, mas possui um grande coração. Filha da Putana foi o palavrão que mais repetiu. Um sujeito singular. Sua esposa Bárbara, que me parecer ser o ponto de equilíbrio da família é ex biologa e agora aventureira com seu esposo. Foi realmente diferente assistir o Brasil, naquele ambiente, com aquela companhia, aquele cardápio e ouvindo aquelas histórias. O Artur se enturmou com o menino Rhuan, ao ponto de andarem pela cidade de bicicleta e comprarem bombinhas (tracks) para estourarem pela cidade. Gastou R$ 30,00 em bombinhas. O Davi, e esta é a vida dele, não conseguiu ter esta interação, o que me dói o coração. Mas ele parece processar bem esta realidade. Até quando? Não sei. 

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